POLÓNIA

A Polónia, é um país da Europa Central que faz fronteira com a Alemanha a Oeste, com a República Checa e Eslováquia a sul, com a Ucrânia e a Bielorrússia a leste e com a Lituânia e o exclave russo de Kaliningrado a norte. É banhada pelo mar Báltico a norte e ainda possui uma fronteira marítima com a Dinamarca e Suécia.

O País foi ocupado pela Alemanha Nazi e pela União Soviética durante a 2ª Guerra Mundial. Durante o período de invasão, perdeu cerca de 6 milhões de cidadãos.
O primeiro Estado polaco foi criado em 966, com um território muito semelhante ao da moderna Polónia. Tornou-se um reino em 1025 e, em 1569, fortaleceu uma longa associação com o Grão-Ducado da Lituânia para criar a Comunidade Polaco-Lituana; esta associação desmoronou em 1795 e o território polaco foi dividido entre o Reino da Prússia, o Império da Rússia e a Áustria. O país recuperou sua independência como a Segunda República Polaca em 1918 após a 1ª Guerra Mundial, mas foi ocupado pela Alemanha Nazi e pela União Soviética durante a 2ª Guerra. Durante o período de invasão, o país perdeu cerca de 6 milhões de cidadãos. Emergiu anos depois como a República Popular da Polónia, dentro do Bloco do Leste, sob forte influência soviética. Em 1989, o governo comunista foi derrubado e a Polónia inaugurou a fase informalmente conhecida como "Terceira República Polaca". Actualmente, a Polónia é uma democracia liberal e tem mais de 38,5 milhões de habitantes, concentrados principalmente em grandes cidades como Cracóvia e Varsóvia, sendo um dos mais populosos estados-membros da União Europeia.

Estive na Polónia só uma vez com a minha maninha Filipa durante um interail que fizemos na Europa. Achei o país lindíssimo, não esperava nada encontrar uma polónia tão verde, tão limpa, tão pacífica, enfim tão bonita… 


1. VARSÓVIA

Varsóvia ou Warszawa, com o nome oficial sendo “Miasto Stoleczne Warszawa” ou "Cidade Capital de Varsóvia" é a capital e maior cidade da Polónia. Localiza-se nas margens do rio Vístula, a cerca de 350 km quer da costa do mar Báltico quer das montanhas dos Cárpatos. Sucedeu a Cracóvia como capital do país em 1596. 

O nome de Varsóvia em polonês, Warszawa significa "pertencente a Warsz", sendo Warsz uma forma abreviada do nome masculino eslavo Warcislaw. A etimologia popular atribui o nome da cidade a um pescador chamado Wars e à sua mulher Sawa mas na verdade, Warsz foi um nobre do século XII/XIII que possuía uma vila localizada no lugar do actual bairro de Mariensztat.

As origens da cidade remontam à Idade Média mas o crescimento da cidade inicia-se verdadeiramente no século XIV, em redor do castelo dos Duques de Masóvia, tendo sido elevada a capital do reino nos finais do século XVI, após o incêndio de Cracóvia. Foi ocupada pelos Suecos e pelos Russos diversas vezes e fez parte do Império Francês de Napoleão Bonaparte como capital do grão-ducado de Varsóvia.

Em 1939, Varsóvia tinha cerca de 1 290 000 habitantes, dos quais 35% eram judeus. Destes, 450 mil foram aprisionados pelos alemães num gueto murado em 1940, onde permaneciam até serem enviados para os campos de concentração. O gueto foi arrasado após a revolta judaica de 1943 quando os seus habitantes usando armas improvisadas e roubadas fora dos muros, após ouvirem boatos de que os alemães os deportariam para o campo de extermínio de Treblinka, se rebelaram. À medida que as unidades da polícia e das SS entravam no gueto, os judeus, atacavam os tanques alemães com coktails Molotov, granadas de mão, e revólveres de pequeno calibre. Embora os alemães ficassem surpresos com a ferocidade dos ataques, conseguiram acabar com a maior parte da luta em poucos dias, pouquíssimos judeus conseguiram fugir e os sobreviventes foram transferidos. Algumas quarteirões a oeste do centro da cidade fica o Monumento aos Heróis do Gueto. Bem próximo, fica outro monumento em memória ao Judeus, o Monumento da Umschlagplatz é um vagão estilizado com dezenas de cruzes amontoadas e representa os vagões nos quais os prisioneiros eram levados até os campos de concentração.
É interessante também observar o que restou do muro que cercava o gueto. na Rua Sienna e procure o prédio número 55. No pátio interno, você podem encontrar um pedaço de três metros do que ainda resta do muro que demarcava a área de cerca de 350 hectares do antigo gueto.

A cidade foi alvo de destruição sistemática durante a 2ª Guerra Mundial, em especial após a revolta chefiada pela Resistência Polaca em 1944, na qual o Armia Krajowa (Exército Clandestino Polaco) tentou libertar Varsóvia do controle da Alemanha Nazi. Esta revolta deveria durar apenas alguns dias, até que o Exército Soviético (Exército Vermelho) chegasse à cidade mas o avanço soviético foi interrompido e a resistência polaca continuou por 63 dias, até sua rendição às forças alemãs. Os principais objectivos dos polacos eram manter os alemães ocupados e ajudar nos esforços de guerra contra a Alemanha e restantes forças do eixo (Japão e Itália). Entre os objectivos políticos secundários estava a libertação da cidade antes da chegada dos soviéticos, conquistando assim seu direito de soberania. Estima-se que 85% dos edifícios de Varsóvia foram transformados em ruínas e não é difícil encontrar alguns edifícios que guardam um pouco do horror da guerra no Bairro de Praga onde a impressão que se tem é que a destruição aconteceu há poucos dias. Este bairro que o director Roman Polanski escolheu como cenário de algumas cenas do filme “O Pianista” foi escolhido para as filmagens devido a abundância de prédios originais. 




Após a chegada do Exército Vermelho a Varsóvia os alemães foram derrotados, embora com muitas vítimas polacas (a maior parte daqueles que ficaram na cidade). Na verdade, quando Varsóvia foi libertada pelos russos, dois em cada três dos habitantes que nela viviam antes da guerra ou tinham morrido ou tinham sido deportados. A sua reconstrução procedeu-se no entanto de forma minuciosa, com a ajuda de outros países e hoje o centro histórico da cidade o Rynek ou Starego Miasta, um burgo muralhado da Idade Média e da época do Renascimento, é Património Histórico Cultural da Humanidade, pela Unesco… 

Aqui um local que não passa despercebido é a Praça do Mercado que até ao século XIX, foi o centro da vida pública da cidade. Os coloridos prédios que rodeiam a praça são tão bonitos de dia como de noite quando os restaurantes e cafés localizados na praça são decorados com pequenas lâmpadas. Num dos prédios perto do centro da praça fica o Museu Histórico de Varsóvia, que abriga documentos, fotos, pinturas e arquivos sobre a destruição nazi. A capital possui muitas mais igrejas entre os quais se podem destacar a Catedral de S. João, nesta parte antiga da cidade, construída do século XIV em estilo gótico A sul da Praça do Mercado ficam ainda Torre Barbacana e as Ruínas do Forte Medieval. Também ali próximo fica o Castelo Real com a sua praça e o Monumento a Sigismund III Vasa




Não deixem de passear pelo chamado Caminho Real, o Trakt Królewski. A Krakowskie Przedmieście e a Nowy Świat são duas das ruas mais bonitas da capital polaca com bonitos palácios como os das famílias nobres Radziwill Potocki e  igrejas. Também aqui podem ver a estátua do famoso astrónomo polaco Nicolau Copérnico, o monumento  ao poeta Adam Mickiewicz, a Universidade de Varsóvia e a Academia de Belas-Artes e ali perto o Museu Nacional. Além da parte histórica, as ruas contam hoje com grandes lojas e requintados cafés  restaurantes e boutiques. 

Se acharem o mesmo que eu vão achar toda esta zona do centro da cidade, o máximo, é mesmo bonita e serenamente animada!




Vale muito a pena visitar o Parque Lazienski, eu adorei este parque onde fica a Residência Real de Verão, construída em 1680, para o soberano polaco Estanislau II (último rei da Polónia) e o Parque e o Palácio Wilanów (antiga residência real). 




Merece também destaque especial o moderno Palácio da Cultura e Ciência que é um dos prédios mais imponentes de Varsóvia e que marca a domínio comunista e foi um presente da União Soviética ao povo da cidade e, exactamente por isso, alguns polacos desejariam que fosse demolido. O Salão do Congresso no Palácio, que funciona como sala de concertos, já foi a sede dos principais congressos do Partido Comunista. O lugar abriga ainda um centro cultural, com cinema, teatro, museu e um complexo desportivo.

Também é de interesse o Monumento à Resistência Polaca durante a Segunda Guerra Mundial.
Se quiser uma actividade cultural tem a Orquestra Filarmónica, o Teatro Nacional e a Ópera. Para quem queira visitar há também um Jardim Zoológico na cidade. 

Varsóvia é sede de numerosas indústrias (bens de consumo, aço, engenharia eléctrica, automóveis), instituições de ensino superior (Universidade de Varsóvia, Universidade Tecnológica de Varsóvia, Escola Superior de Gestão, Academia Médica, etc.).

Aqui fica um postal que trouxe de Varsóvia quando lá estive.




2. CRACÓVIA

Cracóvia, em polaco Kraków, alemão Krakau, localiza-se no sul do país, também nas margens do rio Vístula. Tem cerca de 1.000.000 de habitantes e foi fundada por volta do ano 700. Foi atacada e devastada pelos mongóis em 1241, 1259 e 1287 e tornou-se capital do país entre 1320 e 1596. Fez parte da Áustria, com o nome de Krakau, de 1795 a 1809 e de 1846 a 1914. Como durante grande parte da história polonesa foi a capital da nação é ainda o coração da Polónia para muitos poloneses.  

Tradicionalmente, o nome deriva de Krakus, o lendário fundador da cidade, e chefe de uma tribo local. Em polonês, o nome Krakus deriva de "krakula" que significa a vara de um juiz, ou de "krak" que significa carvalho árvore considerada sagrada e frequentemente associada com o conceito de genealogia. 

Cracóvia tem sido tradicionalmente um centro académico, cultural e artístico. A cidade é sede da mais antiga e prestigiosa universidade da Europa, a Universidade Jaguelónica. A cidade que por quase seis séculos foi a capital polaca é hoje essencialmente estudantil. Milhares de jovens de todo a Polónia e de outros países vão estudar para esta cidade que abriga a sexta universidade mais antiga do mundo. Se puderem não deixem de visitar a Universidade...

Cracóvia escapou à destruição da Segunda Guerra Mundial e é considerada uma das cidades mais bonitas do mundo. A maioria das atracções turísticas encontram-se nos bairros que compõem o Stare Miasto (centro histórico) que foi declarado Património Mundial pela UNESCO em 1978 e o Kazimierz (bairro judeu).

A Cidade Velha (Stare Miasto) com sua bela Praça do Mercado (em polaco Rynek), que se diz ser a maior praça da Europa, tem uma arquitectura rica, com belos exemplos de arquitectura renascentista, barroca e gótica. O lugar que achei fabuloso é realmente bastante grande e durante o dia está repleto de bancas com flores, artesanato e comidas. O mercado é simplesmente encantador! Em 1875 passou por uma reforma completa que lhe deu uma aparência veneziana. No interior, uma infinidade de produtos que fazem a alegria dos visitantes, como bonecas e roupas típicas, rendas, jóias de âmbar e trabalhos em madeira. Nesta praça pode ver-se ainda a Torre da Prefeitura, uma relíquia da antiga sede municipal, várias estátuas e o Sukiennice, um prédio que lembra a época medieval. À volta da praça e nos arredores, existem dezenas de cafés e restaurantes cheios de charme. Se quiserem provar a bebida que os polacos gostam muito, peça Cerveja com Calda de fruta

A Basílica de Santa Maria com suas duas torres góticas, construída no século XIV, faz fronteira com o mercado e tem um altar muito famoso por Stoss Veit. A cada hora, pode ouvir-se a trombeta (Hejnal) a partir da torre da catedral. Conta a lenda que a construção das torres foi fruto de uma aposta entre dois príncipes irmãos. Venceria quem conseguisse erguer a mais alta. Também se conta que durante uma invasão, um tocador de clarinete foi até uma das janelas da torre cumprir o seu dever, o de alertar os soldados sobre o perigo próximo. Enquanto ele tocava, foi atingido com uma flecha certeira no pescoço e morreu. Até hoje, a cada hora certa, um tocador de clarinete aparece nas pequenas janelas da torre e toca na direcção dos quatro pontos cardeais mas o toque é interrompido bruscamente, simbolizando o momento exacto que o outro homem, há séculos, foi atingido pelo inimigo. Vale a pena observar...




Um edifícios mais notáveis da cidade é o Castelo Real no Monte Wavel. O Castelo de Wawel, construído na primeira metade do século XVI, entrou em XXXX quando a corte se mudou para Varsóvia. No século XIX, foi utilizado para abrigar um pelotão austríaco e no século XX o município iniciou obras de restauração. Hoje em dia é possível visitar os aposentos reais, a sala do arsenal e tesouro da coroa e a colecção oriental. Nas caves do castelo, existem as ruínas de uma antiga igreja. A Catedral de Cracóvia também fica no monte e abriga os túmulos de reis polacos. A folha de ouro que revestia uma das cúpulas da catedral foi saqueada pelas tropas alemãs durante a Segunda Guerra Mundial, por isso hoje, uma continua com o revestimento original em ouro e a outra não. É um sítio muito bonito!

Aproveitem os dias mais quentes para caminhar pelas Margens do Rio Vístula, a paisagem é encantadora com o Monte Wawel ao fundo.




O Kazimierz (bairro judeu) foi criado no final do século XV e abrigou no início da Segunda Guerra Mundial 70 mil judeus, que foram transferidos para o outro lado do rio Vístula pelos nazis e confinados num gueto até que fossem levados para os campos de concentração e extermínio. O bairro começou a ser restaurado pelos moradores, depois da queda do regime comunista. No Kazimierz fica a Velha Sinagoga, recuperada depois da guerra e que hoje abriga o Museu Judaico. Na região, existe também um Cemitério judaico que mais parece um amontoado de lápides abandonadas. A falta de espaço fez com que os túmulos abrigassem até três ou quatro corpos.

Se estiverem a visitar Cracóvia no dia 2 de Novembro, não deixem de fazer uma visita à Igreja de São Casimiro no centro da cidade. Neste dia as caves da igreja são abertas a visitantes e o cenário é surpreendente. As caves servem de cemitério, só que não existem túmulos. Dezenas de corpos, na maioria de nobres e sacerdotes polacos, estão dispostos no chão há mais de dois ou três séculos e intactos. Diz-se que o microclima da cave é o responsável por evitar a decomposição. 



Em Cracóvia, há muitos museus interessantes, no Museu Czartoryski, veja obras de Leonardo da Vinci (Dama com um Arminho) e de Rembrandt (Paisagem com o Bom Samaritano). Essas obras fazem parte da colecção reunida pela princesa Isabela Czartoryska, outro museu com interesse é o Museu da Aviação Polaca.

Partindo de Cracóvia é possível conhecer lugares impressionantes seja pelo valor histórico ou pela beleza como os campos de concentração de Auschwitz-Birkenau e as Minas de Sal de Wieliczka. Também daqui se pode partir em peregrinação…pois um dos caminhos de Santigo em direcção a Santiago de Compostela, em Espanha, que começa em Sandomierz, na Polónia, passa por Cracóvia, é um caminho alternativo à Via Regia (a partir de Vilnius, Grodno e Lublin) e chamam-lhe Caminho da Baixa Polónia (Lesser Poland Way) ou de St. James (Tiago em Inglês). 





3. CZĘSTOCHOWA

O Mosteiro Jasna Góra em Częstochowa é o mais famoso santuário de Maria na Polónia o principal lugar de peregrinação do país, na verdade para muitos é capital espiritual da Polónia. A imagem da Virgem Negra de Czestochowa com o Menino Jesus, conhecida como a Madona Negra de Czestochowa ou Nossa Senhora de Czestochowa, à qual são atribuídos poderes milagrosos, é o tesouro mais precioso de Jasna Góra e é considerado o ícone mais importante da Virgem Maria nesta parte da Europa. 

Fundado em 1382 por monges que vieram da Hungria, a convite do Duque de Opole, o mosteiro tem sido um destino de peregrinação desde há centenas de anos. 

Um dos milagres creditado à imagem é a salvação milagrosa do Mosteiro de Jasna Góra durante um cerco sueco do século XVII. Embora esse evento tenha tido pouca importância militar pouca, o evento estimulou a resistência polonesa. Os poloneses não puderam mudar o curso da guerra, mas após uma aliança com o Canato da Criméia que repeliu os suecos, o Rei da Polónia, solenemente pronunciou o seu voto de consagrar o país à protecção de Maria e proclamou-a Sua Padroeira e Rainha das Terras do seu reino.

Acima de tudo recordo uma coisa, anda-se imenso se se for a pé desde o centro da cidade!! Eu pelo menos na altura achei...




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