NORUEGA

A Noruega, Norge em dano-norueguês ou Noreg em novo-norueguês, é um país nórdico da Europa Setentrional que ocupa parte da Península Escandinava, a ilha de Jan Mayen e o arquipélago árctico Svalbard. Tem a leste a Suécia e a Rússia e a sul a Finlândia. A Oeste ficam o Reino Unido e as Ilhas Faroe pelo Mar do Norte e Islândia e a Groenlândia pelo Mar da Noruega; a Dinamarca fica a sul pelo estreito de Skagerrak. As ilhas Bouvet e Pedro I dependentes da Noruega não são parte do reino. A Noruega reivindica a Terra da Rainha Maud na Antártida, com reconhecimento da Austrália, França, Nova Zelândia e Reino Unido. A costa no Atlântico Norte e Mar de Barents é a famosa pelos seus fiordes.

A Noruega é frequentemente associada aos povos vikings e na verdade foi um rei viking Haroldo Cabelo Belo, que unificou a nação norueguesa num só reino em meados do século IX e século X. A Era Viking foi um período importante para a formação da cultura norueguesa e mitologia nórdica (de que falei no post da Suécia), nessa época os noruegueses conquistaram a Groenlândia e a Islândia, fundaram cidades na Grã-Bretanha e Irlanda (entre elas a capital, Dublin), e navegaram até a costa do actual Canadá, sendo os primeiros europeus a pisarem a América.

Na Idade Média toda a Europa foi testemunha de um enorme crescimento populacional - até o momento em que a Peste Negra atacou o continente e diminui a sua população para cerca de um terço. Isto afectou a Noruega que enfraquecida, entra sob domínio da Dinamarca tendo ficado subordinada a esse país até ao fim das Guerras Napoleónicas, quando a conquista sueca sobre os dinamarqueses faz com que a Noruega entre em união com a Suécia no chamado Reino da Suécia e Noruega. Apesar de o poder ter ficado na mão dos monarcas suecos, a união foi igualitária, e os noruegueses desfrutaram de grande liberdade política e socio-cultural, o reino manteve duas línguas (norueguês e sueco) e duas capitais (Cristiânia e Estocolmo). A união teve um fim pacifico 91 anos depois devido ao Crescente nacionalismo que se fez sentir durante o séc. XIX e que levou a um referendo em 1905 que veio trazer a concessão da independência da Noruega.

Apesar de se ter mantido neutra na Primeira Guerra Mundial, sofreu pesadas perdas pois foi pressionada pelo Reino Unido para enviar auxilio marítimo sob a bandeira inglesa e com isto perdeu muitos homens e recursos. A Noruega proclamou sua neutralidade no início da Segunda Guerra Mundial, mas foi mesmo assim ocupada por cinco anos pelo Terceiro Reich. Em 1949, a neutralidade foi abandonada e a Noruega tornou-se um membro fundador da NATO.

Nas duas primeiras décadas após a Segunda Guerra Mundial, o país experimentou um rápido crescimento económico devido à marinha mercante e industrialização doméstica, já a partir da década de 1970 o crescimento foi resultado da descoberta de grandes jazidas de petróleo no mar do Norte e no Mar da Noruega. Hoje o país é classificado como o mais rico do mundo, com a maior reserva de capital per capita do que qualquer outra nação. A Noruega também possui ricos recursos de gás, hidroelectricidade, peixes, florestas e minerais. Outras principais indústrias do país incluem a de processamento de alimentos, construção naval, metais, produtos químicos, mineração, pesca e produtos de papel. A Noruega mantém o modelo social escandinavo baseado na saúde universal, no ensino superior subsidiado e num regime abrangente de previdência social. A Noruega foi classificada como o melhor país do mundo em desenvolvimento humano em todos os relatórios desde 2001 e foi classificado, mais do que uma vez, pela ONU como o melhor país do mundo para se viver. Foi avaliada como o país mais pacífico do mundo numa pesquisa realizada em 2007 pelo Índice Global da Paz, mas os recentes ataques Julho de 2011 com a explosão de um carro-bomba em Oslo e um assassinato em massa na ilha de Utoya, perto da capital que resultaram na morte de 76 pessoas, a maioria jovens, vieram mudar esta imagem.

A Noruega é actualmente uma monarquia constitucional hereditária e uma democracia parlamentar, com o Rei Harald V como chefe de Estado. Apesar de ter rejeitado a adesão à União Europeia em dois referendos, a Noruega mantém laços estreitos com a UE e com seus países membros, bem como com os Estados Unidos. O país é considerado um participante de destaque na diplomacia e na cooperação internacional, tendo sido profundamente envolvido nos fracassados Acordos de Oslo e nas negociações de tréguas entre o governo do Sri Lanka e os Tigres Tamil. A Noruega continua a ser um dos maiores contribuintes financeiros da Organização das Nações Unidas e participa com as forças da ONU em missões internacionais, como no Afeganistão, Kosovo e Darfur.



1. OSLO


Oslo é a capital e maior cidade da Noruega. Situa-se num local privilegiado, à beira de uma imensa baía, dentro do fiorde de Oslo, o Oslofjorden, numa região cercada de florestas, lagos e ilhas, no sudeste do país. Existem 40 ilhas, dentro dos limites da cidade, sendo a maior Malmøya com 0,56 km2 e 343 lagos, sendo o maior o Maridalsvannet com 3,91 km2, que é a principal fonte de água potável para grande parte de Oslo.

Fundada por 1048 pelo Rei Harald III "Hardrada" da Noruega, a cidade foi imensamente destruída por um incêndio em 1624. O rei dano-norueguês Chirstian IV reconstruiu a cidade que manteve o nome de Cristiânia, entre 1624 e 1924. Oslo hoje em dia, é considerada uma cidade global com 25% da população formada por imigrantes. Detém estatuto de comuna e condado simultaneamente (a Noruega é um Estado unitário com subdivisões administrativas em dois níveis conhecidos como condados, fylker e comunas, kommuner). Desde há muitos anos, Oslo vem sendo listada como uma das cidades mais caras do mundo.

Achei Oslo uma cidade bastante simples, despretensiosa, tranquila mas a primeira imagem que tive foi a de uma cidade de alguma forma industrial, talvez devido aos barcos de transporte de mercadorias... É que Oslo que é o centro cultural, científico, económico e governamental da Noruega, é um importante núcleo para as indústrias marítimas da Europa e os museus, fortalezas, restaurantes, cafés que ocupam as avenidas e dividem a vista para o mar com transatlânticos, cargueiros, iates e todo tipo de embarcações, que se espalham pela costa, desde o imenso porto.

Pelo que me lembro as atracções turísticas, os bairros mais elegantes e as zonas de maior beleza natural da cidade estão confinadas ao relativamente pequeno centro, que se percorre facilmente a pé, e como é natural nas cidades litorais, se concentra ao longo da baía. Esta zona voltada para o mar é realmente luminosa, fresca e bonita…  A Akershus, uma fortaleza de mais de 700 anos, a poucos passos da movimentada Praça Aker Brygge, com muitos restaurantes e cafés e ponto de partida para conhecer toda a cidade. Na região central, nas proximidades da Avenida Karl Johan, estão situados os principais monumentos e prédios históricos da cidade, como o Palácio Real de Oslo; o Museu Histórico; a Galeria Nacional de Arte; a Universidade de Oslo; o Teatro Nacional; o Museu Ibsen, dedicado à vida e à obra do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen (1828-1906); e o Radhuset, edifício onde funciona a sede da prefeitura da cidade. Todos esses locais ficam muito próximos uns dos outros o que torna a Karl Johan, projectada por H. Linstow (o arquitecto que planeou o Palácio Real), uma espécie de Campos Elísios de Oslo: uma bela avenida cercada de prédios históricos por todos os lados.

Em Aker Brygge pode-se apanhar um ferry, que, em dez minutos, nos leva ao requintado Bairro de Bygdoy cuja localização bonita, rodeada pelo mar, o torna o bairro mais caro da Noruega. Bygdoy com uma enorme área verde, também é conhecido como "Museu Península" de Oslo pois é onde estão os grandes museus da capital dedicados à navegação um orgulho nacional entre os quais o Museu dos Barcos Viking e o Museu do Kon-Tiki, a balsa usada pelo explorador e escritor norueguês Thor Heyerdahl na sua expedição através do Oceano Pacífico desde a América do Sul até às ilhas da Polinésia em 1947. O barco recebeu o nome do deus inca do sol Viracocha cujo nome antigo diziam ser "Kon-Tiki".

Apesar da aparência à primeira vista de cidade industrializada, Oslo é na verdade uma cidade rodeada de natureza. Embora a população da cidade seja relativamente pequena se comparada com a maioria das capitais europeias, Oslo ocupa uma área de terra invulgarmente grande, dos quais dois terços são áreas protegidas de florestas, montanhas e lagos. Os seus limites abrangem por isso muitos parques e áreas abertas, dando-lhe uma aparência arejada e verde. Não é incomum encontrar alces selvagens e veados em áreas relativamente urbanas de Oslo, especialmente durante o inverno.  Alguns dos parques que podem ser visitados são: o Frogner Park é um grande parque localizado a poucos minutos a pé do centro da cidade. Este é o maior e um dos mais reputados na Noruega com uma grande colecção de esculturas de Gustav Vigeland. Tem uma piscina ao ar livre com 50 metros, o Frognerbadet; o St. Hanshaugen Park é um parque público que fica numa colina alta no centro de Oslo. St. Hanshaugen é também o nome do bairro circundante, bem como o maior distrito administrativo que inclui partes principais do centro de Oslo; e o Tøyen Parque estende-se por trás do Museu Munch, e a norte, há um ponto miradouro conhecido como Ola Narr. A área Tøyen inclui também o Jardim Botânico e Museu pertencente à Universidade de Oslo. O município opera oito piscinas públicas e Tøyenbadet é a maior piscina coberta em Oslo. 

Além destes parques como Oslo tem a forma de ferradura, às margens do Oslofjord e está limitado, na maioria dos sentidos por colinas e florestas, qualquer ponto dentro da cidade fica relativamente perto da floresta. Existem duas grandes florestas que fazem fronteira com a cidade: Østmarka (literalmente "Floresta Oriental", no perímetro leste da cidade), e a enorme Nordmarka, (literalmente, "Floresta do Norte", que se estende desde o perímetro norte da cidade profundamente no interior).

Numa das fotografias estou com uns escoceses muito simpáticos que conheci na cidade.




Uma história interessante de Oslo foi que foi aqui que no último dia de inscrições decidi que ia concorrer ao Programa Contacto do ICEP que me levou depois para a fantástica experiência de 7 meses que passei em Moçambique... Não só foi aqui que decidi que ia concorrer como foi num internet café em Oslo que traduzi e enviei o meu cv (tinha de enviar em Português e Inglês) e candidatura no último dia e possivelmente na última hora...


2. FIORDES

Não podia ir à Noruega sem viver mais à séria a experiência dos fiordes... adorei e recomendo!

2.1 FLAM

Flåm é uma aldeia na extremidade interna do Aurlandsfjord, um braço do Sognefjord. A aldeia está localizada no município de Aurland perto de Bergen.

A bela e pequena aldeia de Flåm fica aninhada no fundo de um afluente do fiorde mais longo e profundo do mundo, o Sognefjord, com 204 quilómetros de comprimento e 1308 metros de profundidade. Rodeada por montanhas íngremes, quedas de água e vales profundos, esta área é um paraíso para quem procura um cenário fabuloso e uma experiência de contacto com a natureza. Aqui pode-se dividir o tempo entre uma viagem de pesca nas montanhas ou no fiorde, desfrutar do silêncio e beleza da natureza, andar de bicicleta ou fazer caminhadas ao longo de uma das muitas trilhas do Vale Flåm ou das montanhas, visitar alguns dos museus e atracções da região, apanhar um cruzeiro para navegar pelo fiorde ou visitar a Quinta Otternes nas colinas cercada por montanhas poderosas e com uma vista espectacular sobre o fiorde. A fazenda que remonta a 1600, composta por 27 edifícios, cada um com sua própria função, foi provavelmente desmatada para o cultivo antes da Peste Negra. O cenário original com, poços, escadas e estrutura de pedra está intacto. Aqui podem experimentar-se as antigas técnicas de artesanato e alimentos feitos ao estilo tradicional. É um tesouro cultural local e um museu vivo, com uma vista fabulosa para Flåm e para o Aurlandsfjord 

O nome "Flåm" significa "pequeno lugar entre as montanhas íngremes", e é um local com história… já no final de 1800 muitos navios de cruzeiro com viajantes Ingleses e Alemães encontravam aqui o seu caminho aqui para a experiência norueguesa de fiordes, montanhas e quedas de água. Os passageiros dos navios lançaram as bases para os hotéis de onde os turistas eram transportados em buggies através do cenário espectacular.




Encontrei entretanto esta fotografia que me uma história de Flam. Quando cheguei a Flam não tinha hotel equando dei por mim estava sozinha com tudo fechado à volta, ainda era cedo mas já estava escuro e apesar de ser Verão estava imenso frio... Não via ninguém e andar pela aldeia que estava escura como tudo estava fora de questão (quer dizer eu tentei mas não se via nada), por isso dirigi-me a um barco cruzeiro que estava parado ali próximo, o único sítio com luz e sinais de vida. Expliquei a alguns membros da tripulação o que se passava e foi falar com o comandante que foi uma simpatia deixou-me ficar a bordo. Deram-me um quarto com casa de banho nessa noite e um óptimo pequeno almoço e não quiseram que pagasse nada, imaginem! Foram mesmo uns amores! Eu que já me imaginava a dormir na rua congelada passei uma noite bem confortável graças a esta simpática tripulação. Deixo aqui esta fotografia do barco que partiu na manhã seguinte como sinal de imensa gratidão e carinho por eles! Penso que terei algures pelo menos o nome do barco, vou ver se encontro...







2.2 FLAMSDALEN


Pode chegar-se a Flam de várias maneiras: de barco, o porto de Flåm recebe cerca de 131 navios de cruzeiro por ano; por estrada, a estrada velha de Haugastøl e Finse até Flåm, Rallarvegen, por exemplo, tornou-se uma atracção em si, com milhares de ciclistas a cada Verão e Outono; mas recomendo que não deixem de fazer o percurso de comboio de 20 km que liga Flam a Myrdal. Este trajecto é feito pelo Flåm Railway em norueguês: Flåmsbana, que tem mais de 65 anos de idade, e é um ramal privado da ferrovia de Bergensbanen que percorre o vale de Flamsdalen. É amplamente conhecido como um dos trajectos de caminhos-de-ferro mais fantásticos do mundo. Nesta jornada incrível que passa por dez estações, vinte túneis e uma ponte, dentro de carruagens lindíssimas forradas a madeira sobe-se/desce-se a quase 900 metros desde o fiorde ao topo da montanha com uma inclinação máxima de 5,5% (1:18) o que faz desta a linha mais íngreme da Europa, passa-se por um túnel que torce em espiral dentro da montanha, pára-se junto a uma queda de água e disfruta-se durante todo o percurso de vistas de tirar o fôlego! Devido à sua inclinação íngreme e pitoresca natureza, a Linha Flåm é hoje exclusivamente um serviço turístico e a terceira atracção turística mais visitada da Noruega. Eu apanhei o último comboio do dia e imaginem que além de mim só ia apenas mais uma passageira alemã e o revisor, que eram ambos uma simpatia. Mesmo só com duas passageiras fez a paragem habitual para os turistas junto a uma queda de água onde pudemos sair para tirar uma fotografia. Tenho uma ideia de ter havido uma confusão com o meu bilhete mas se ter resolvido, se não apanhasse aquele já não tinha outro naquele dia…essa situação foi motivo para uma conversa mais alargada com o revisor que era um senhor fabuloso, um aficionado de fotografia e que conhecia a região como ninguém, penso que fiquei com o endereço de um site onde ele publicava fotografias dos passeios pelo fiorde, vou ver se sei onde isso está... Seja como for acreditem que vale a pena a viagem… e se quiserem aprender mais sobre a história emocionante por trás desta ferrovia de 20 km de comprimento, visitem o Museu Flåmsbana em Flåm.






Os locais de paragem são, para quem venha da linha principal de Bergensbanen em direcção a Flam: Myrdal, Vatnahalsen, Reinunga, Kjosfossen, Kardal, Blomheller, Berekvam , Dalsbotn, Håreina, Lunden e Flam. Como disse acima as paisagens são de sonho e o percurso da linha por túneis, encostas íngremes, sobre o rio, por túneis, ao lado de quedas de água é fenomenal!





1 comment:

Carol Guelber said...

patrícia, adorei seu post! Estou indo pra lá em Abril. Esotu em dúvida se durmo em Aurland ou Flam. O que vc acha? E sobre ir ao Mirante, é fácil? Do que se vai até lá? Obrigada

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Carol